quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ponto de Cultura Pixaim: Escola Nota 10 é aquela que aceita as diferenças

A escola Zélia Costa comemorou o dia do estudante oferecendo para o contexto escolar cultura, informação e formação pessoal

Por Ederson Déka

Alunos da assistindo a apresentação das ações do Projeto Pixaim

O dia do Estudante, 11/08, foi marcado por muitas ações em todo o Brasil. Em Cuiabá, a escola estadual Zélia Costa, localizada no bairro Jardim Presidente II, aproveitou essa data importante e realizou, no período matutino, o evento na comunidade escolar com o tema: “Escola nota 10”, e o Ponto de Cultura Pixaim (CUFA-MT) participou, levando as oficinas de trança afro com a aluna do Ponto de Cultura Pixaim, Katiane Rodrigues (24), e de leitura, com a coordenadora do Projeto Pixaim, Neusa Baptista.

“Esse evento é uma iniciativa conjunta de todos os membros do corpo escolar, pois o objetivo é criar um ambiente agradável de aprendizado e também promover o acesso aos bens culturais. Na escola Zélia, discutimos cotidianamente a questão dos preconceitos e seu fator negativo no contexto de aprendizado. E a CUFA trouxe para nós algo diversificado, que despertou o interesse dos alunos”, afirmou a diretora, Marli Cecília Santana da Costa.

Palestra preventiva realizada por profissionais PSF da região

As atividades oferecidas nesse dia foram diversificadas, desde a presença da equipe do PSF (Programa Saúde da Família) do Residencial Coxipó I até plantão ENEM, oferecido pelos professores da escola Zélia Costa.

Já a CUFA-MT levou a riqueza histórica e artística das tranças afro, que despertou interesse no público atendido. “Tenho alguma experiência com a trança embutida, mas não havia trançado cabelos dessa forma, onde a exigência é maior, pois o resultado é impressionante. Depois de trançar o primeiro cabelo, percebi que não tem mistério, a única coisa necessária é a dedicação e isso eu tenho”, destacou a estudante Karine Rayane de Jesus (16), moradora do bairro Getulio Vargas. Ela surpreendeu os participantes da oficina com sua capacidade de aprendizado.


Karine Rayane (em pé) trançando o cabelo de uma jovem

“É maravilhoso ver que as oficinas dão resultado tão rápido. A adolescente Karine demonstrou não só para nossa equipe, mas para todos os participantes da oficina que não existe nada difícil, mas apenas novo. Nosso objetivo com essas ações é formar um núcleo de trançadeiras no estado de Mato Grosso e tenho certeza que podemos contar com essa adolescente, pois nossa proposta é multiplicar e não monopolizar conhecimento e também formar empreendedores” comentou Karina Santiago coordenadora de projetos da CUFA Cuiabá.

Em contrapartida a oficina de leitura propôs a discussão acentuada sobre aceitação. Ela foi desenvolvida com a leitura comentada do livro “Cabelo Ruim?” de Neusa Batista, coordenadora do Ponto de Cultura Pixaim e articuladora da oficina. “Sou branca e tenho uma filha mestiça, mas ela se declara negra, ou seja, assume sua origem, pois o pai dela é negro. Sofre preconceitos na escola por isso, mas ela lida bem com esses acontecimentos. Na leitura do livro percebi que as personagens Ritinha, Tatá e Bia aceitaram suas origens e também o seu cabelo, percebi que mesmo sem ler o livro minha filha já havia passado por esse processo” reforçou a professora Andreza Morais (33), moradora do Jardim Gramado.

Professores e alunos particioando da oficina de leitura

Os fundamentos do Ponto de Cultura Pixaim é levar a discussão da aceitação de si e do outro. Alicerçado pelas proposições da Economia Solidária que tem com um dos seus alicerces o protagonismo individual que culmina no resultado coletivo.

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