quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aulas de tranças e bonecas com inscrições abertas


Ponto de Cultura Pixaim oferece essas oficinas gratuitas no Centro Esportivo e Cultural CUFA

Por Neusa Baptista

Alunas atentas na oficina de trança afro ministradas por Tatiane Amorim (blusa vermelha)

A Central Única das Favelas de Mato Grosso (CUFA-MT) está com matrículas abertas para as oficinas de bonecas negras e de tranças afro, oferecidas pelo Ponto de Cultura Pixaim. As aulas continuam a todo vapor no Centro Esportivo e Cultural da CUFA-MT (CECC), no bairro São João Del Rei, em Cuiabá, onde também fica a sede da entidade.

As oficinas são gratuitas e têm duração de dois meses e acontecem de forma ininterrupta durante todo o ano. As oficinas de tranças acontecem às terças e quintas, às 14 horas; as de bonecas acontecem às segundas-feiras, também às 14 horas.

No bairro, as oficinas são freqüentadas por mulheres de todas as idades, a maioria delas moradoras de bairros de periferia, como Osmar Cabral e Novo Milênio. No comando das aulas está uma ex-aluna do Ponto de Cultura Pixaim, Tatiane Amorim, que hoje exerce a função de instrutora de tranças em várias atividades do Projeto Pixaim. As oficinas começaram em fevereiro deste ano, e já formaram várias turmas de ‘trançadeiras’.

Dona Lindaura Alves exibindo a boneca negra que já confeccionou nas oficinas

Entre as alunas desta turma está a professora de Biologia Marta Cristina Costa Silva, moradora do bairro Nova Esperança, em Cuiabá, que procurava um tempo na agenda desde o início do ano para fazer a oficina de tranças. “Eu gosto de trançar, faço trança embutida em mim mesma há muito tempo. Se alguma aluna minha quiser aprender eu vou ensinar, o meu interesse não é lucro, mas sim aprendizado”, disse ela.

Dona Jacira Borges ,aluna da oficina de trança,com seu cabelo trançado

Marta compareceu ao CECC acompanhada de seu namorado, que veio servir de ‘cobaia’ para seu aprendizado.

Outra aluna assídua é a cozinheira Jacira Borges da Silva, que nunca faltou a uma aula. Moradora do bairro São João Del Rei, ela comenta que quer aprender a trançar para fazer na família, principalmente nas sobrinhas. “Eu acho bonito e quero continuar fazendo o curso para uso pessoal”, disse ela.

As cabeleireiras Simone Aparecida (em pé) e Maraisa Figueiredo buscaram o oficina de trança afro como forma de capacitação profissional

Cooperativa

Além de ensinar o ofício da trança e da boneca, as oficinas do Projeto Pixaim têm, entre outros, o objetivo de incentivar as mulheres a se organizarem para formar cooperativas de trabalho e com isso gerar renda. Segundo a coordenadora de projetos da CUFA-MT, Karina Santiago, a maioria das mulheres que freqüentam as oficinas está desempregada ou é dona de casa, muitas delas são jovens e têm perspectivas de crescimento profissional por meio da trança ou da boneca.

Ela explica também que o Projeto Pixaim visa valorizar a estética negra, em contraposição aos padrões de beleza trabalhados pelo mercado publicitário. “Com isso, estamos ao mesmo tempo levando esta discussão sobre racismo e preconceito a estas mulheres e também incentivando a geração de renda”, explicou ela.

Mais informações: (65) 3665 1064.

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