sexta-feira, 28 de maio de 2010

Caravana Pixaim estimula discussão sobre a lei 10639/03

Nesta tarde o projeto segue para a Escola Nadir de Oliveira em Várzea Grande

Por Fernanda Quevedo




Professores e alunos da escola Maria L. Marcosky se encantando com a peça

A Caravana Pixaim, projeto coordenado pela CUFA-MT (Central Única das Favelas de Mato Grosso) que está percorrendo as escolas de Cuiabá e Várzea Grande nas últimas semanas, está estimulando nas escolas a discussão da Lei Federal 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade da temática da “História e Cultura Afro-Brasileira” no ensino fundamental e médio em escolas públicas e particulares. A Caravana é patrocinada pelo Grupo André Maggi, viabilizada pelo Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Na última quinta-feira (20), a Caravana esteve na escola estadual Maria L. Marcosky, no bairro Jardim Marajoara, em Várzea Grande, que trabalha de diversas formas a Lei 10639/03 e atende alunos de Várzea Grande, Cuiabá, Alta Floresta, Cáceres e até de outros estados como Goiânia e Rondônia. Boa parte dos professores são negros, assim como os alunos, e segundo a coordenadora, Joanil Angela da Silva Moraes, esse fato não é proposital, mas uma coincidência.


Professor Carlos Alberto Caetano (de preto) curtindo a peça junto aos alunos

A Caravana esta circulando a peça Cabelo Ruim?, encenada pelo grupo Tibanáre de Teatro, que conta a história de três meninas aprendendo a aceitar o seu cabelo, e ao mesmo tempo, vai questionado, de forma lúdica, os paradigmas de beleza impostos pela sociedade. Durante a apresentação, era possível perceber professores e alunos fazendo comentários do tipo: “Não existe bonecas pretas mesmo”; “Já fiz isso com o meu cabelo”, “È verdade, cabelo é uma coisa séria mesmo”.

A coordenadora Joanil afirmou que a peça de teatro, e os vídeos do projetoque são mostrados são muito importantes para reforçar o trabalho de conscientização feito pela escola. Já o professor de filosofia e sociologia, Carlos Alberto Caetano, ressalta a questão da interatividade que a peça de teatro, traz, por fazer com que os alunos questionem de forma ainda mais contundente a questão de sua identidade.



Tatá emcionado o público

Contudo, Carlos Alberto Caetano, que é membro do Conselho Estadual de Educação e também militante do Movimento Negro em Cuiabá, aponta um dado importante: “As escolas têm trabalhado a Lei (10639/03) de forma muito tímida ainda. O trabalho mais efetivo é feito por professores que são também militantes do Movimento. Embora a questão seja uma lei, e isso é uma vitória do movimento e também de outros segmentos da sociedade, é necessário que o trabalho vá além dos feitos no dia 13 de maio e 20 de novembro“.

Os alunos, por sua vez, se interessaram não apenas sobre a conscientização que o Projeto vem trazer, mas também a sustentabilidade proporcionada pelo trabalho feito com as tranças. Vários deles se interessaram por fazer o curso de tranças, após ver os vídeos do Projeto.

A Caravana segue nesta tarde para a escola Nadir de Oliveira
e encerra a semana na qual visitou seis escolas em Várzea Grande e na semana que vem conclui as atividades no município. No dia 24/05 a Caravana estará na escola Porfíria Paula Campo, no Bairro Santa Izabel e no 07 de junho o Projeto segue para o município de Peixoto de Azevedo.

+Acompanhe a cobertura em tempo real da #CaravanaPixaim


Mais fotos da escola Maria L. Marcosky:








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