quarta-feira, 30 de junho de 2010

Caravana Pixaim deixa novas trançadeiras por onde passa

Por Neusa Baptista

Raylene Pereira, coordenadora do Maria Maria-MT e Delania Neris,
trançadeira do Ponto de Cultura Pixaim em oficina de trança em Peixoto de Azevedo

A Caravana Pixaim segue na próxima semana para mais um ciclo de viagens pelo interior do Estado, depois de ter cumprido agenda nos municípios de Jaciara, Juscimeira, Rondonópolis, Dom Aquino na última semana. A ação leva a escolas públicas o lançamento do livro “Cabelo Ruim?”, a doação de quatro mil exemplares da obra e uma peça de teatro baseada em seu texto, mas está atraindo a atenção também por causa de um workshop de tranças afro oferecido gratuitamente à comunidade.

O workshop, que está acontecendo nas próprias escolas atendidas pelo projeto, oferece uma formação básica em tranças afro, levando um pouco do que é ensinado na oficina de tranças do Ponto de Cultura Pixaim, em Cuiabá.

Oficina de trança em Dom Aquino com a trançadeira do Ponto de Cultura Pixaim Eidiane Gandara

O resultado é o maior sucesso em todas as cidades pelas quais tem passado. Além das cidades citadas acima, a Caravana já passou também por Peixoto de Azevedo, Colíder e Alta Floresta. Em cada canto, a oficina de tranças é esperada com ansiedade. Cada turma tem contado com uma média de 40 pessoas, mas em alguns casos, como Jaciara, por exemplo, 110 alunos e professores de 10 escolas da cidade estavam inscritos na atividade.

Em todos os municípios, a oficina deixou pelo menos três aprendizes de trançadeiras que para se especializarem só precisarão de prática. É o que comenta Eidiane Gandara, aluna de tranças do Ponto de Cultura Pixaim, que foi instrutora de tranças na última viagem da Caravana. “Eu fiquei ‘de queixo caído’, estou muito surpresa até agora em ver como as pessoas se interessaram pela oficina, se esforçavam, queriam sair de lá trançando perfeitamente. Muitos já estavam trançando muito bem. Isso é o máximo!”, comentou.


Oficina de trança em Jaciara

A intenção da atividade de tranças é incentivar, nas cidades, a busca de novas formas de geração de renda, explica Karina Santiago, coordenadora do Projeto Pixaim. Segundo ela, a atividade leva para os municípios um pouco do que se aprende nas oficinas do Ponto de Cultura Pixaim, de uma forma mais resumida. Nela, são apresentados os principais modelos de tranças e depois parte-se para a prática, com a instrutora exercitando junto com os alunos os rudimentos da trança. “Estamos satisfeitos em constatar o grande interesse das pessoas, e como este novo aprendizado é valorizado no interior, onde se tem menos acesso aos bens culturais”, disse ela.

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